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Jac T5: primeiras impressões

16//05/2016- 11:00

PorEditor1

maio 16, 2016

img_3989Português e mandarim estão entre os idiomas mais difíceis de se aprender. Enquanto o primeiro possui diversas conjugações, regências e praticamente uma exceção para cada regra, o segundo, por conta de seus milhares de símbolos, nem precisa de maiores explicações para tamanha dificuldade. Há cinco anos no país, a Jac Motors se instalou por aqui prometendo aprender rápido o nosso português – e o gosto dos milhões que falam este idioma. Depois de um começo promissor e uma queda acentuada nas vendas pelas mudanças nas condições de importação, os orientais querem mostrar com um novo produto que chineses podem, sim, se arriscar no samba que é o nosso mercado. O candidato desta vez é o T5. Ele nada mais é do que um SUV com visual de Hyundai ix35, porte de Ford EcoSport e preço de Volkswagen CrossFox. Mas o T5 vai além na tática de custar menos do que a concorrência para cativar. Ele é o melhor chinês à venda no Brasil. E isso começa a ser justificado pela lista de equipamentos. Até então, nenhum outro veículo vindo deste país oferecia controles de tração e estabilidade. O T5 é oferecido em três versões. O Pack 1, de R$ 59.990 tem os itens básicos para a categoria, vidros, travas e retrovisores elétricos, direção elétrica, ar-condicionado digital e sensor de ré. Ele ainda vai um pouco além em segurança, com freios a disco nas quatro rodas e controle de tração. No Pack 2, de R$ 66.690, são adicionados controle de estabilidade, assistente de partida em rampas, rodas de liga leve, luzes diurnas de LED, rack de teto e faróis de neblina. Por fim, a versão mais completa, o Pack 3, de R$ 70.690, tem bancos de couro e central multimídia de 8 polegadas com reprodução de conteúdo do smartphone na tela. Todas as versões trazem o motor 1.5 flex de até 127 cavalos. Ele já é usado no J3 S, e também em versão apenas a gasolina no J5. O torque é de 15,7 kgfm, disponíveis a 4 mil rotações por minuto, e o câmbio é manual, de 6 marchas. O conjunto está longe de ser referência em desempenho, mas consegue colocar os 1.210 kg do SUV compacto em movimento com certa agilidade. Mas essa condição só é alcançada se o motorista esticar as marchas até mais de 3 mil rpm, momento em que é perceptível que poderia haver mais cuidado com o isolamento acústico. Também parece haver um “buraco” entre as marchas, sobretudo entre a terceira e a quarta. Em estradas, para conseguir retomadas satisfatórias, é preciso reduzir duas ou mais marchas. A transmissão possui engates curtos, sempre acompanhados de um barulho de clique, já característico de carros da Jac. A caixa, porém, é mais precisa do que rivais como o Renault Duster, por exemplo.  Se o desempenho fica devendo, o consumo não img_4016decepciona. Abastecido com etanol, o T5 registrou consumo urbano de 7,5 km/l e rodoviário de 11,1 km/l. Como comparação, o EcoSport, de acordo com a tabela do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, do Inmetro, faz 7 km/l na cidade e 8,2 km/l na estrada. O Duster vai ainda pior, com 6,8 km/l e 7,3 km/l, respectivamente. O T5 é um dos primeiros (senão o primeiro) carro produzido na China que possa ser indicado como um bom produto, no mesmo nível de rivais. É possível compará-lo sem deméritos com o Renault Duster. Ainda faltam ajustes finos e o câmbio automático – uma versão CVT é aguardada ainda para este ano. Porém, é fato que os chineses estão aprendendo a falar português, assim como aconteceu com japoneses nos anos 1990 e coreanos nos anos 2000.

Por Editor1

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