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Ana pela América Parte 2

24//03/2016- 11:59

PorEditor1

mar 24, 2016

De Mendoza, na Argentina, descida do Caracol de 30 km…

Travessia dos Andes até Vinã del Mar, no Chile  

20160317_172835Superando um vento forte e muito frio, Ana chegou a Rio Grande no dia 29 de fevereiro, onde precisou descansar duas noites para se recuperar de um resfriado. Refeitas as energias, Ana partiu para mais uma etapa que ela descreve com detalhes. “Como disse, nem sempre sai como planejamos. Na semana que estava em Rio Grande, uma amiga brasileira me ligou dizendo que em uma semana estava indo pra Mendoza, na Argentina, e seguiria de lá, passando pelo Chile e subindo para o norte, até chegar à Bolívia, e perguntou se não gostaria de seguir com ela. Pensando bem, resolvi encontrá-la, mas antes passei por El Calafate, cidade dos glaciares, para conhecer o famoso Glaciar Perito Moreno, um encanto de glaciar, considerado a terceira maior área congelada do Planeta e único em todo o mundo que não perde tamanho com o passar dos anos. Tem uma taxa de crescimento de cerca de 2 metros por dia, o total de 700 metros a cada ano, e como perde volume praticamente na mesma proporção, se mantém estável. E depois de dois dias, peguei um ônibus até Bariloche, onde faria um pouco da região dos lagos de bicicleta. Como fiquei cinco dias mais tranquila, sem pedalar, o joelho já estava um pouco melhor. Então segui de Bariloche a Villa Angostura, sempre beirando o lindo lago Nuapi Huapi. Quando cheguei a Villa Angostura, Viviane disse que em dois dias estaria em Mendoza. Então novamente tomei um ônibus para encontrá-la. No dia 15 de março, saímos de Mendoza com o objetivo de ir até Valparaíso para depois subir norte do Chile. Foram 425 km em cinco dias. Saindo de Mendoza, conhecemos Marcelo, um argentino que também estava indo para o mesmo caminho, faria até Santiago, e depois voltaria para sua cidade, Concepcion, e nós seguiríamos para Valparaíso. Passamos por pequenas vilas, como Poterillos, lugar estratégico para relaxar, onde acampamos em frente a um lago azul muito encantador. No dia seguinte, fomos para Uspallata, conhecida também como Paso del Cumbre, uma estrada de montanha íngreme de rocha e cascalho, em meio à magnífica paisagem dos Andes. Trajeto bem puxado, mas valia a pena por cada paisagem. De Uspallata, fomos para Portillos, divisa da Argentina com Chile. Infelizmente quando completamos 20 km, pegamos um vento contra muito forte, de aproximadamente 110 km/h, e conseguimos pedalar 10 km e empurrar a bike mais 10 km com muito custo. Chegou um momento que não dava mais. Tentamos carona até conseguir. Até que um caminhoneiro, Juan, fez questão de parar para nos ajudar. Sacamos todas as coisas das bikes e as amarramos na traseira do caminhão, colocando as bagagens na cabine traseira. Assim, nos adiantou 40 km até a fronteira. Saindo da fronteira, tomamos o famoso Los Caracoles, um percurso sinuoso, movimentado e pouco sinalizado, de aproximadamente 30 km. Que sensação incrível! Foi uma hora e 30 minutos descendo. Estava um pouco frio e ventando, mas nada que atrapalhasse a pedalada. Lugar indescritível! Com mais duas horas de pedal, já estávamos em Los Andes, onde pagamos um hostel para descansar melhor e, no dia seguinte, seguir para Santiago. Trajeto bem tranquilo, estrada muito boa, porém bastante movimentada. Quantas vinícolas no caminho! Pena que todas cercadas, pois a vontade de pegar umas uvas era grande (risos). Mas só de poder ver aquela maravilha em nossa volta, já valia muito a pena! Em cinco horas de pedal, chegamos a Santiago, uma loucura de cidade! Mas em compensação, conhecemos uma senhora que nos presenteou com duas noites no melhor hostel da cidade, La Casa Roja. Estávamos no paraíso! Melhor que hotel cinco estrelas! Além de conhecermos pessoas do mundo todo, tínhamos piscina, muro de escalada, sauna e muito mais naquela casa incrível, localizada bem no centro da cidade. Depois de aproveitar bastante, Viviane acabou decidindo ficar em Santiago. Não entendi muito bem, pois esse não era o combinado. Mas de qualquer forma, resolvi seguir para Valparaíso, e Marcelo resolveu me acompanhar para depois seguir para sua cidade. Foi um dia muito difícil: 118 km em um dia só, com um sol de rachar e muitas subidas intermináveis. Mas em sete horas, conseguimos chegar. Passamos duas noites para poder conhecer melhor a cidade. Ao lado de Valparaíso, fui a Viña del Mar, considerada capital turística do Chile, com as melhores praias do país. Pena que a água estava congelante, mesmo fazendo um calor de 30 graus. Na entrada da cidade, um jardim que possui um grande relógio com flores formando os números e o nome da cidade. Uma parada obrigatória para qualquer turista que visita a cidade.

No planejamento, faria o Deserto do Atacama, mas, pensando bem nas dificuldades que enfrentarei, como poucas cidades pelo caminho de aproximadamente 300, 400 km de distância entre elas e com o triplo de peso que carregarei pelo fato de carregar comida e água para quatro, cinco dias, o que faria forçar mais o joelho, optei por voltar para fazer o norte da Argentina, e, quando chegar à fronteira da Argentina com Bolívia, dar um jeito de pegar uma carona até  San Pedro do Atacama para conhecer,”conta.

A guerreira Ana já enfrentou chuva, frio, cansaço, solidão, gripe e uma contusão no joelho, mas conta que tudo isso faz parte e que a emoção, o sentimento de liberdade e o prazer de se aventurar numa viagem dessas faz tudo valer a pena.

A araxaense Ana Laura Teixeira, tecnóloga em alimentos, de 25 anos, iniciou sua aventura no dia 27 de fevereiro, partindo da cidade de Ushuaia,  no extremo sul da Argentina, com objetivo de percorrer sete países da América do Sul, utilizando como transporte sua bicicleta. Pretende ficar um ano viajando. O Jornal Interação, enquanto conseguir manter contato com Ana, irá viajar junto, relatando os principais capítulos dessa aventura.20160316_1205182016-03-07 07.10.03 1907678_10154073592279722_4775793691507591198_n 20160315_111030

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Por Editor1

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