Os passes forçados, os botes errados, a falta de projeção no ataque, a discussão de Luan e Rafael Carioca, a pixotada de Edcarlos. O nervosismo derrotou o Atlético Mineiro no domingo passado(1º de novembro) no Independência e decretou o fim da disputa pelo título do Campeonato Brasileiro. O “eu acredito”, agora, só na boca dos malucos ou, de forma irônica, na voz de quem já pode gritar “é campeão”. O Corinthians venceu. A objetividade triunfou. E a taça já conhece o novo endereço. O Galo teve mais volume de jogo e foi para cima. Mas a frieza dos jogadores paulistas congelaram o sonho improvável. A vantagem está a perder de vista. 11 pontos de frente faltando 15 a serem disputados. Apenas a matemática, protocolar, ainda impede a confirmação do título corintiano.
O JOGO
Sem muita liberdade, os 20 jogadores de linha carregavam uma responsabilidade pesada. A defesa do Galo não começou muito bem, sofrendo com a velocidade de Malcom. Mas logo o equilíbrio pesaria mais para o lado alvinegro de Minas. Principalmente com Luan. O endiabrado jogador era a melhor arma do Atlético, pela ponta direita. Cássio teve mais trabalho do que Victor. Por isso, o goleiro do Atlético saiu para o intervalo confiante na vitória.
Não poderia estar mais enganado. O Corinthians foi quem voltou para o segundo tempo com o peito estufado. O tempo passando era arma para o Timão, e o Atlético não encontrava praticamente nenhum espaço na zaga adversária. Que diga Lucas Pratto que, mais uma vez, pouco foi acionado e, quando teve uma chance clara, finalizou de perna esquerda.
HERÓI CAÍDO
Edcarlos tinha o roteiro perfeito para se transformar em herói. Já foi salvador da pátria contra o Corinthians, em 2014, e jogou todo o segundo tempo com um ferimento na cabeça. Mas o substituto de Jemerson falhou no gol de Malcom, que decretou a desistência atleticana na briga pelo caneco. Vágner Love também aproveitou-se da tarde pouco inspirada do reserva. Na velocidade, ele, diferente de tantos outros jogos do Corinthians, não errou e silenciou o Independência, que recebeu o recorde de público em 2015. Ainda teve uma pintura de Lucca, que, de voleio, decretou a derrota dolorida do Galo. Resta ao Atlético juntar os cacos da derrota e proteger a vice-liderança contra o Grêmio – vitorioso contra o Flamengo. Afinal, são mais de R$ 2 milhões a mais em prêmios entre o segundo e o terceiro colocado.
FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO 0 X 3 CORINTHIANS
ATLÉTICO: Victor, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Edcarlos e Douglas Santos; Leandro Donizete (Cárdenas) e Rafael Carioca; Luan, Giovanni Augusto (Thiago Ribeiro) e Dátolo; Lucas Pratto – TÉCNICO: Levir Culpi
CORINTHIANS: Cássio, Edilson, Felipe, Ralf e Guilherme Arana; Ralf, Rodriguinho (Cristian), Jadson e Renato Augusto; Malcom (Lucca) e Vágner Love (Angel Romero) – TÉCNICO: Tite
GOLS: Malcom, aos 23’/2ºT, Vagner Love, aos 29’/2ºT e Lucca, aos 39’/2ºT
CARTÃO AMARELO: Leandro Donizete (CAM)
ARBITRAGEM: Heber Roberto Lopes (SC), auxiliado por Kleber Lucio Gil (SC) e Fabricio Vilarinho da Silva (GO)
PÚBLICO: 21.798 pagantes
RENDA: R$ 1.605.750,00. Neste próximo fim de semana o Atlético Mineiro enfrenta o Figueirense em Santa Catarina no domingo, as 17 horas.
