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Rio, (AE) – O fantasma da falta de gás natural pode voltar a rondar o País a partir de 2015. Um estudo do governo sobre o planejamento da malha de gasodutos aponta déficit potencial de 2,5 milhões de metros cúbicos por dia no ano que vem, com a demanda superando a oferta até 2022, pelo menos.

Esse dado consta na primeira versão do Plano Decenal de Expansão da Malha de Transporte Dutoviário, o Pemat 2013-2022, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e pelo Ministério de Minas e Energia. O estudo, divulgado Nesta semana, mostra que o déficit deve crescer até 2018, quando alcançará 12 milhões de metros cúbicos por dia. Ao final do período, em 2022, o déficit cai para 6,2 milhões de metros cúbicos por dia.

O estudo mostra que a demanda potencial por gás saltará 76,8%, para 180,4 milhões de metros cúbicos por dia, em 2022. Já a oferta deve aumentar 68,2%, para 172,1 milhões de metros cúbicos por dia. Vale destacar que o governo incluiu no lado da oferta os recursos não descobertos em campos detidos pela União e pelas petrolíferas.

Para que o déficit ocorra, porém, o governo prevê expansão de 20,4% da demanda não termoelétrica (indústrias, residências, comércio e veículos) de 2014 a 2015, de 68 milhões de m³/d para 91,6 milhões de metros cúbicos por dia. Isso parece pouco provável em razão do baixo crescimento da economia. O estudo também considera 100% das térmicas operando o ano inteiro.

Esse cenário mostra os desafios no planejamento do mercado de gás natural no País. A mobilização da EPE e do Ministério de Minas e Energia em elaborar uma proposta de expansão dos gasodutos revela a meta de ampliar a oferta, ao propor as alternativas para que o insumo chegue ao mercado consumidor.

O Pemat identificou sete projetos que permitiriam o atendimento da demanda no Pará, Minas Gerais e na Região Sul. Os sete gasodutos somam 4,097 mil quilômetros, têm capacidade de transporte total de 32,5 milhões de metros cúbicos por dia e exigirão investimentos de R$ 13,62 bilhões. Hoje, a malha de gasodutos do País soma 9,2 mil quilômetros, muito abaixo da rede de países como EUA e China.

O projeto mais significativo é a expansão do trecho sul do gasoduto Brasil-Bolívia, um investimento de R$ 4,6 bilhões e extensão de 1,17 mil quilômetros. Esse gasoduto é muito aguardado pelas concessionárias do Sul, que há anos pedem aumento na oferta de gás para atender à crescente demanda na região. O Pemat ficará em consulta pública até 26 de fevereiro.

Por Editor1

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