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Cada uma das 32 seleções que virão ao Brasil entre 12 de junho e 13 de julho para a Copa do Mundo de futebol vai visitar um mínimo de três cidades no País. A depender do acaso e do intrincado esquema de definição de adversários e localizações das partidas da segunda fase, os times que se saírem bem no torneio podem chegar a visitar sete das 12 capitais de Estados escolhidas como sedes da competição.

Já para os turistas, o número de cidades a visitar depende da disposição – e de orçamento, claro. A pouco mais de cinco meses do início da Copa e com a segunda fase da venda de ingressos em curso até 30 de janeiro, é hora de se planejar. E escolher, além das partidas a assistir, os atrativos para ver antes e depois do futebol nos estádios.

Para ajudar a montar roteiros pelas cidades-sede da Copa, a reportagem foi procurar seus moradores ilustres. Filhos da terra, de nascimento ou por adoção, eles sugerem tanto atrações básicas, aquelas que não dá mesmo para perder, quanto cantinhos menos óbvios, mas que falam muito sobre a cidade em questão. São cinco dos principais destinos turísticos do País. Prepare o caderninho de notas.

 

Natal tem desde alta gastronomia até cantinho sertanejo     

   

A cantora potiguar Roberta Sá tem na ponta da língua sua primeira indicação para visitantes em Natal durante a Copa. “A sorveteria Tropical, melhor sorvete do Brasil”, diz. Aberto há mais de 30 anos, o lugar tem no sorvete de tapioca o seu carro-chefe entre as dezenas de sabores. “Sugiro provar os de frutas típicas do Nordeste, seriguela, cajá, mangaba, açaí”, diz a cantora. Fica na Avenida Amintas Barroso, 2.904.

Outra dica gastronômica da cantora é o restaurante Camarões (camaroes.com.br), que tem quatro unidades pela cidade. “Tudo sempre está fresco. As caipirinhas de frutas locais são deliciosas. Tão bom que vive lotado.”

VISTA AO MAR

No quesito praias, Roberta Sá prefere mesmo a mais manjada e famosa da capital do Rio Grande do Norte, Ponta Negra. “Fora da cidade, Pipa é maravilhosa”, diz.

Ali mesmo pela Via Costeira, ela gosta de ficar hospedada no hotel Ocean Palace (oceanpalace.com.br), por sua boa localização “A praia em frente é gostosa, não tem tantas pedras.” O Vila do Mar (viladomar.com.br), mais simples mas também bastante confortável, é outra de suas indicações.

BATER PERNAS

Na hora de passear pela cidade, Roberta Sá gosta mesmo dos programas com atmosfera tipicamente nordestina. O Centro de Turismo (Rua Aderbal Figueiredo, 980) fica no antigo prédio da cadeia pública de Natal, construído no século 19 em estilo neoclássico. São cerca de 40 lojas de artesanato, mais opções gastronômicas e um forró pé de serra às quintas-feiras à noite.

No mesmo bairro de Petrópolis, a loja Cantinho Sertanejo (Avenida Afonso Pena, 585) vende produtos típicos do Rio Grande do Norte. “Tem carne de sol, goma para tapioca, doce de coco”, diz Roberta Sá. “Há outras unidades pela cidade”, completa. E na seara cultural, sua especialidade, a cantora indica o Teatro Riachuelo (teatroriachuelo.com.br). “A programação é ótima.” (AE)

Salvador é a cidade dos cartões postais    

          

De cara, Daniela Mercury indica o seu ponto de partida favorito para começar abastecida um tour em Salvador: “Coma dois acarajés excelentes, crocantes, com massas e um vatapá delicioso. O de Cira (71-3249-4170), em Itapuã, e o de Dinha (71-3334- 1703), em Rio Vermelho.”

CARTÕES-POSTAIS

Para a cantora, um dos lugares mais bonitos da cidade é o Museu de Arte Moderna (MAM). “É uma coisa de louco aquela parte da Baía de Todos os Santos”, diz. Mas ela também recomenda Itapuã. “Você vai se lembrar pela música (Tarde em Itapuã, de Vinícius de Morais e Toquinho), mas é realmente um lugar muito bonito.”

SINCRETISMO

Uma pedida da artista para entender na prática o sincretismo religioso da Bahia é assistir às missas rezadas ao som dos atabaques de rituais africanos às terças-feiras, às 18 horas, e aos domingos, às 10 horas, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho.

Depois de tudo isso, Daniela sugere uma opção de começo de noite: o restaurante do Pereira (pereirarestaurante.com.br), de cozinha contemporânea, na Barra. “Lá tem uma varanda linda no pôr do sol e um camarão com molho de damasco que eu amo.”

Fortaleza tem ótimas feirinhas de artesanato 

O cineasta Halder Gomes adora receber amigos em sua cidade natal e dispara uma série de roteiros de cor. “Quando as pessoas vêm pra cá eu recomendo a feirinha de artesanato na Avenida Beira-Mar, no bairro do Meirelles. Para quem quiser provar o famoso caranguejo, recomendo o Itapariká (itaparika.com.br).”

INSANIDADE

“Para quem gosta de emoção, toboáguas no Beach Park. Aquele Insano é pro cabra pensar na vida duas vezes antes de descer. Na volta de lá, uma coisa muito gostosa que eu mesmo sempre faço questão de ir é no Centro das Tapioqueiras, no Bairro Eusébio (85-3274-7565). Também indico o Centro Cultural Dragão do Mar (dragaodomar.org.br), com atrações musicais, exposições e muita gastronomia.”

BOAS RISADAS

“Em Fortaleza, tem que ver um show de humor. O do Beira-Mar Grill (R$ 30, em beiramargrill.com.br) ocorre todos os dias a partir das 21 horas e reúne nomes famosos da cena de comédia daqui, como a Skolástica, o Lailtinho e o Zé Modesto. Mas também tem Rosicléia e Adamastor Pitaco na Lupus Beer (R$ 34,90, lupusbier.com.br). E, às segundas-feiras, tem o Pirata (pirata com.br), um clássico de Fortaleza.” (AE)

Recife oferece multi opções para o lazer

           

Não adiantou pedir a Lúcio Maia, guitarrista da Nação Zumbi, a indicação de um bom endereço para ouvir música no Recife. “Basta sair à rua”, respondeu o músico, entre risos. “Tem bloco de cultura popular, maracatu por toda parte.” Integrante original de uma das bandas fundadoras do movimento mangue beat, Maia ajudou a espraiar a cultura recifense por todo o País. Mora hoje em São Paulo, mas é frequentador assíduo de sua cidade natal.

A oficina do escultor Francisco Brennand é o passeio preferido do músico. “Tenho ido lá toda vez que vou ao Recife.” O centro histórico é outro lugar querido de Lúcio Maia. “Gosto da Rua da Moeda, cheia de bares e restaurantes”, diz. Por ali, o Bar e Comedoria Casa da Moeda (casadamoedabar.com.br) é um dos mais movimentados. Na mesma rua está a boa Galeria Arte Plural (artepluralgaleria.com.br), que expõe e vende obras de artistas locais. O Shopping Paço Alfândega (pacoalfandega.com.br), ali perto, ocupa um prédio da primeira metade do século 18 restaurado segundo as características da arquitetura original.

No vizinho bairro de Santo Amaro, perto da famosa Rua da Aurora, está outro endereço gastronômico e boêmio querido de Lúcio Maia. O bar Central (Rua Mamede Simões, 144) ferve na happy hour. O cardápio reúne petiscos inspirados nas cozinhas indiana, tailandesa e judaica. “O falafel vegetariano é o meu preferido”, diz Maia.

SOB O SOL

Para pegar praia, o músico prefere o litoral sul. “Porto de Galinhas continua um clássico, é lindíssima.” Uma hora de carro basta para chegar lá. Carneiros fica perto, com seu clima bem mais tranquilo e menos frequentado. “Lá você come uma comida simples, servida nas casas dos pescadores”, diz o músico.

Antes ou depois, vale uma passada em Boa Viagem para conhecer o restaurante Parraxaxá (parraxaxa.com.br), que serve comida tradicional do Nordeste.

Ó LINDA

Com ladeiras de pedra e arquitetura dos século 16 ao 19, considerada patrimônio pela Unesco, a vizinha cidade de Olinda é outra das sugestões de Lúcio Maia. Inclusive para hospedagem. “O Hotel 7 Colinas é muito tranquilo e tem uma piscina maravilhosa”, diz. (AE)

Rio de Janeiro tem roteiros além dos clássicos

               

Cristo, Pão de Açúcar, Santa Teresa: você não precisa da nossa ajuda para saber quais são os roteiros clássicos do Rio. Mas, se você estiver em busca de um programa diferente, o jornalista Sérgio Bloch, autor do “Guia Carioca de Gastronomia de Rua” (1 e 2) e do “Guia Gastronômico das Favelas do Rio” dá o caminho das pedras.

Em qualquer lugar do mundo, segunda-feira costuma ser um dia com cara de ressaca de fim de semana, sem muitos atrativos. Mas Sérgio Bloch indica um programa bacana, essencialmente carioca para o fim de tarde: o samba da Pedra do Sal, na Gamboa. “O samba é de graça, é só chegar”, diz. Para aguentar o batuque sem perder a energia, peça um dos caldos ou o angu à baiana da Lucinha, que fica na mesma rua. “Ela é bem conhecida, está há anos ali. Com menos de R$ 10 você come pra caramba.”

MORRO ACIMA

Não é de hoje que subir o morro virou programa turístico. Bloch indica o Morro Santa Marta, onde foi instalada a primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), em 2008. Todo primeiro sábado do mês é realizado o Pôr do Santa, uma roda de samba gratuita numa área conhecida como Laje do Michael Jackson, por volta das 16 horas. Isso porque o local foi um dos pontos visitados pelo cantor para a gravação do clipe “They Don’t Care About Us”, em 1996 – no local, há até uma estátua e um painel assinado por Romero Britto em homenagem ao rei do pop.

Dali, se tem uma vista espetacular do Rio. E, para subir, é preciso tomar o bondinho, que transporta cerca de 2 mil pessoas por dia e sai da Rua São Clemente, em Botafogo. São cinco estações e 10 minutos até alcançar o topo. “Vai muito gringo, mas é uma experiência autntica.”

CHURRASCO NA AREIA

Ok, sabemos que se você for ao Rio não vai resistir em emendar uma praia. Indicar o Posto 9 em Ipanema é muito óbvio para você? Pois Sérgio Bloch dá uma dica extra para “alimentar” seu programa: o choripán do Uruguaio. “É um churrasco no pão, divino”, explica Sérgio. “O Uruguaio está ali há 30 anos, todo mundo o conhece e tem uma tremenda história de vida. Fugiu da ditadura e criou a família vendendo esse sanduíche.” Como aos domingos a orla fica fechada para os carros, você pode aproveitar para alugar uma bicicleta e seguir para o MAM, no Aterro do Flamengo. Um passeio tranquilo, de 10 quilômetros. “Há muitos bons quiosques de comida nas imediações. E dá para entrar no MAM, que sempre tem coisa boa.”

Por Editor1

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