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A Salvador de cada um

3//01/2014- 16:13

PorEditor1

jan 3, 2014

Há pouco mais de um mês, um grupo de 30 jovens jornalistas, integrantes da 24.ª turma do Curso Estado de Jornalismo, desembarcou em Salvador. Entre uma série de compromissos agendados, a missão: encontrar, em apenas duas horas, uma atração interessante, curiosa, enfim, bacana o suficiente para chegar até você, leitor.

Aparentemente, pode parecer fácil numa cidade com tantos belos atributos como a capital baiana. Mas qual seria a graça em indicar pontos como a Igreja do Senhor do Bonfim ou o Elevador Lacerda, óbvios até para um turista de primeira viagem?

Sem conhecer a cidade, mas com um olhar apurado para o novo, eles superaram o desafio: de todo o material colhido, 24 dicas foram selecionadas, para você testar já neste verão.

É possível, por exemplo, descansar das andanças pelo Pelourinho tomando um café enquanto avista a Baía de Todos os Santos. Ou, contaminado pela baianidade, trançar o cabelo e voltar para casa com um visual bem diferente. Inevitavelmente, alguns clássicos acabaram entrando na lista, como o Mercado Modelo, que teve certos estandes destacados para você ir logo aonde interessa. Afinal, a gente sabe que você não vai resistir em dar uma passadinha por lá.

Jam session no MAM e um jardim de Rodin     

Todo sábado, além de apreciar uma das vistas mais bonitas do pôr do sol soteropolitano à beira-mar, turistas e moradores da cidade podem curtir jam sessions no Solar do Unhão, na área aberta do Museu de Arte Moderna da Bahia

O projeto Jam no MAM começa sempre às 18 horas e funciona como ponto de encontro para músicos locais e artistas internacionais que viajam a Salvador. Além da boa música, comidas típicas como acarajé, tapioca e bombons regionais são vendidas na entrada, a preços acessíveis. Ingressos a R$ 6. Fica na Avenida Contorno, s/nº, tel.: (71) 3241-2983. Programação no site jamnomam.com.br

PALACETE DAS ARTES

Um casarão de entrada discreta exibe esculturas feitas por um artista digno dos Jardins das Tulherias, em Paris – literalmente Construído em 1912, o Palacete das Artes abriga obras de Auguste Rodin, um dos maiores escultores europeus e autor de “O Beijo”, permanentemente na capital francesa. Adquiridas por R$ 3,3 milhões, quatro de suas esculturas em bronze ficam expostas no jardim: “O Homem que Anda sobre a Coluna”, “Jean de Fiènnes Nu”, “A Mártir” e “Torso de Sombra”. Fica na Rua da Graça, 289, e fecha às segundas. A entrada é gratuita.

Papo agradável em galeria no coração do Pelourinho 

Quando Dona Rita Celeste me viu observando os quadros de sua galeria na calçada, logo me chamou para dentro. Perguntei sobre as obras de arte. “Senta aí, vamo conversá”, convidou gentilmente. Para o visitante se sentir em casa. É no coração do Pelourinho que a proprietária da galeria, Anita Soares, dá expediente todos os dias. Celeste mostra as paredes repletas de obras com olhares sobre Salvador e seu povo. Quadros que, em diversos tamanhos e preços, tratam de religião, dos problemas sociais e das paisagens que tornam qualquer turista apaixonado pela capital baiana. “O orixá custa R$ 50”, explica Rita apontando para uma sequência de telas com a representação da divindade ligada às religiões africanas. Ao lado, um retrato da cidade que mais parece ter sido desenhado por uma criança. A hipótese só não se confirmou porque a responsável pelo desenho estava lá, a artista plástica Silmara Cardoso. Chamou os traços de arte primitiva. “É pra parecer que foi feito por uma criança mesmo”, disse. Saí de lá com “A Baiana Trabalhadora” e “O Retrato do Pelourinho”. Na despedida, a vontade de retornar se acentuou pela simpatia da dona: “Volte logo e nos mande notícias”. Pode deixar, dona Celeste! Praça José de Alencar, Ladeira do Pelourinho.

Pop arte de um baiano antropofágico 

Recorte, colagem, pintura, transfer e escultura se misturam na pop arte do baiano Washington Arléo, de 59 anos. Anjos e madonas renascentistas se combinam a imagens de mulheres nuas, ídolos da música, da TV e do cinema e figuras políticas. Tudo no número 9 da Rua da Ordem Terceira, no Pelô. “Sou antropofágico. Como acarajé e moqueca com óleo de dendê em Paris. Minha arte é assim.” Depois de morar e expor em outras cidades do Brasil e do exterior, voltou para Salvador. “Aqui resolvo minhas neuroses. Aqui tem uma porção de problemas, mas é só aqui que eu me inspiro. A Bahia é que é pop.”

RELÍQUIAS DE ECKENBERGER

Numa das ruas de paralelepípedo do bairro do Carmo, está o ateliê do argentino Reinaldo Eckenberger. Nada na fachada do local anuncia que, lá dentro, há peças de cerâmicas, bonecos de pano e pinturas. O artista estrangeiro ainda carrega o sotaque do seu país mesmo após quase 50 anos de vida no Brasil. “Eu moro no prédio. É só chamar que eu venho. Quem entra aqui, gosta do que vê”, fala de forma calma o senhor de 74 anos. A obra de Eckenberger dialoga com o obsceno, o cômico e o feio. Fica na Rua Ribeiro Santos, 68, bairro do Carmo.

Por Editor1

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