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Segundo representante do CREF, Bernardo Brahim Cortês, pedagogos estão ministrando aulas de educação física para os alunos dos anos iniciais,       que correspondem do 1° ao 5° ano nas creches e escolas municipais.

Na tarde desta segunda-feira, 25, a Câmara Municipal realizou um Fórum Comunitário para debater sobre a ausência de professores de Educação Física nas creches e escolas municipais que ofertam o ensino do 1° ao 5° ano da rede básica de ensino. A Casa da Cidadania recebeu o representante do Conselho Regional de Educação Física de Araxá (CREF), Bernardo Brahim Cortês, professores de Educação Física que fizeram o Concurso Público, mas ainda não foram empossados e imprensa de Araxá e região. O Fórum solicitado pelo vereador Fabiano Santos Cunha também convocou a secretária municipal de Educação, Maria Célia Araújo Oliveira, para apresentar uma posição do Poder Público sobre essa questão, porém, ela não compareceu.

De acordo com a professora de Educação Física, Márcia Helena Resende, o concurso público regia que os profissionais atuariam nos anos iniciais com nove vagas. “A gente tem professores [de Educação Física] nos anos finais, mas, entretanto, a gente tem uma demanda de 153 salas de aula com 16 escolas e não tem o profissional atuando. O concurso diz que esses profissionais deveriam atuar nessa área. Os professores regentes que dão aula de Português, Matemática, Geografia, História e Ciências estão dando aula de Educação Física, o que não é permitido, porque a lei federal (9394) diz que só pode ministrar aulas professor efetivo e que tem o curso, ou seja, tem que ser especialista”, colocou.

Para o membro do Conselho Regional de Educação Física de Araxá, Bernardo Brahim Cortês, as crianças devem ter aulas ministradas com profissionais especializados na Educação Física. “Não é demérito com outros profissionais, mas a Educação Física é de competência dos profissionais de Educação Física, uma vez que foi instituída em98 aLei 9696, que regulamenta a profissão. O município adotou a retirada do profissional de Educação Física da sua atuação e deixou para o professor unidocente, ou seja, pedagogos, para ministrar essas aulas”, comentou.

Bernardo Brahim apontou os possíveis malefícios dessa atual situação. Durante o fórum, ele defendeu que o profissional de Educação Física tem mais condições de oferecer atividades que influenciam realmente na aprendizagem do aluno. “Nós [profissionais de Educação Física] temos na base a prevenção primária de doenças de obesidade. A prescrição dessas aulas de Educação Física não é meramente um brincar; isso é direcionado para que haja aprendizagem, um gasto maior de energia que potencialize a redução do peso corporal e diminua a obesidade de doenças hipocinéticas (causadas por falta de movimento ou de exercícios físicos)”, argumentou.

Com a não nomeação desses profissionais, professores já efetivados anteriormente na disciplina de Educação Física estão sendo deslocados para outras funções pelo Executivo. “Como ela [a secretária] tirou as aulas de Educação Física, fui para o Caic, a pedido da secretária de Educação [Maria Célia Araújo Oliveira], e estou lá trabalhando como inspetor. Estou desperdiçado na função já que sou graduado em Educação Física, é o que faço, é do que vivo, e faço um outro trabalho que pedagogo poderia estar fazendo. É o pedagogo dando aula de Educação Física e o professor de Educação Física olhando menino que era para o pedagogo olhar. Então, na verdade, é uma inversão de valores”, contou o professor de Educação Física, Romancito Ângelo de Resende.

Ficou acordado durante Fórum Comunitário que cada profissional de Educação Física que ainda não foi nomeado envie um documento com questionamentos sobre a não nomeação de 16 professores de Educação Física na Prefeitura Municipal de Araxá endereçado à Assessoria Jurídica. Caso não se obtenha resposta, o Legislativo vai entrar em ação para tentar resolver o problema, mas o vereador acredita em uma solução.

“Nós esperamos que as ações nesse sentido, independente do não comparecimento ao fórum sejam tomadas e que a gente possa ter a solução não para esses professores, mas principalmente para esses milhares de alunos e adolescentes que esperam por essa situação resolvida. Queremos acreditar na sensibilidade do Poder Público para a causa que envolve professores e milhares de crianças e adolescentes”, finalizou Fabiano.

O Jornal Interação ainda tentou um contato na Secretaria Municipal de Educação para mais esclarecimentos envolvendo a ausência de professores de Educação Física nas creches e escolas municipais. A Assessoria de Comunicação da pasta de Educação informou que a secretária ficou impossibilitada de participar do Fórum Comunitário por estar em outro compromisso relacionado a visita de engenheiros na obra do Pró-Infância, mas Maria Célia estar a disposição da Casa Legislativa para qualquer esclarecimento sobre a ausência de professores de Educação Física na rede de ensino.

Por Editor1

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