Conversamos com a Bióloga, Loren dos Reis Rocha, que falou do trabalho realizado pelas agentes na cidade de Araxá e sobre os cuidados necessários
Janeiro chegou, e com ele o período quente e chuvoso, característicos desta época, tornam-se ainda mais preocupantes.
E o clima, que é um dos principais fatores, pode ajudar a aumentar a quantidade de focos da dengue. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira, 5,7 milhões de brasileiros vivem nos 77 municípios que correm risco de surto de dengue. Os dados integram o Levantamento Rápido do Índice por Aedes aegypti (LIRAa), uma pesquisa que analisou a infestação do mosquito nos imóveis de 1.239 cidades de todo o país — dos municípios pesquisados, 375 estão em situação de alerta e 787 em situação satisfatória.
Aqui na cidade de Araxá, o número de casos aumentou de 50 em 2011, para 367 em 2012, ou seja, um aumento 634% o ao passado.
Outro grande problema para a população são os cuidados dentro de casa, como o lixo doméstico, que é jogado pelas ruas, onde também há o acúmulo de água e proliferação do mosquito Aedes aegypti. Conversamos com a Bióloga do setor de Zoonoses, Loren dos Reis Rocha, que falou do trabalho realizado pelas agentes na cidade de Araxá e sobre os cuidados necessários na hora de combater o mosquito e sua proliferação.
Jornal Iteração – Com o aumento do período chuvoso, os focos do mosquito podem aumentar. Como está sendo orientada a população?
Loren – Nesse período de chuva a pedimos à população que evite deixar em seus quintais, em seus térreos, objetos que podem acumular água. E que ajude nós a ter acesso as residências para que trabalhar juntos e evitar a proliferação do mosquito.
Jornal Interação – Atualmente existe algum caso diagnosticado em Araxá?
Loren- Até a data de hoje não existe nenhum caso confirmado de dengue. Nós tivemos duas suspeitas, porém as duas são negativas. Mesmo assim é preciso redobrar os cuidados em casa para combater o mosquito.
Jornal Interação – Quais os cuidados necessários à população precisa ter redobrado nesse período?
Loren – Evitar deixar em seus quintais e terrenos, objetos, embalagens, que podem acumular água, como até mesmo a tampinha de garrafa. Ficar de olho em caixas de água destampadas. Se por acaso, ver a caixa do vizinho destampada, e ele não estiver em casa, entrar em contato com o setor de zoonoses para que possamos ir até a residência, e tampar essa caixa de água. Evitar deixar pratinhos em baixo dos vasos de plantas, verificarem calhas com acumulo de água parada; verificar piscinas que não estejam em uso, se está coberta. Se você não fica em casa durante o dia, ligar e agendar aqui no setor de zoonoses uma visita do agente para que possamos auxiliá-lo a combater os focos do Mosquito.
Saiba como se prevenir contra o inseto que transmite a doença
Onde mora o inimigo
A água limpa e parada é o criatório do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Os ovos depositados na água se transformam em larvas geralmente em garrafas vazias, pneus, caixas d’água sem tampa e vasos de plantas. É preciso cuidado também com calhas de telhado, piscinas, aquários, ralos e até tampinhas de garrafa ao ar livre.
À espera das chuvas
Os ovos do mosquito da dengue sobrevivem até dois anos mesmo em locais secos. As larvas podem surgir se o local for coberto por água limpa. Ao retirar a água de algum foco, é preciso lavar os recipientes com a ajuda de uma escova. Essa medida elimina as larvas e os ovos, que geralmente se fixam nas paredes desses utensílios.
Borra de café
Pesquisa do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) comprovou a eficácia da borra de café no combate às larvas do mosquito transmissor da dengue. Segundo o trabalho da bióloga Alessandra Laranja, as substâncias encontradas no café alteram as enzimas responsáveis pela eclosão dos ovos e proliferação das larvas. Ela recomenda o uso somente em vasos de plantas e jardins. Importante: só use borra de café preparado sem açúcar para não atrair formigas.
Como ele ataca
O mosquito pica apenas durante o dia, diferentemente do pernilongo comum. A dengue não é transmitida diretamente de uma pessoa para outra
Dengue ou resfriado?
A dengue tem sintomas parecidos com os da gripe, mas não iguais. Os primeiros sinais aparecem de três a quinze dias depois da picada do mosquito contaminado. Febre alta, dor intensa nas articulações, cefaléia, perda de apetite e desânimo são os sintomas mais comuns. Também pode ocorrer coceira no corpo. O que ajuda a diferenciar a dengue da gripe são manchas avermelhadas na pele, diarréia ou aumento do volume do fígado acompanhado de dores. A forma hemorrágica da doença apresenta os mesmos sintomas, mas com sangramento pelo nariz, aparecimento de hematomas na pele e sangramento nas gengivas.
A bomba no jardim
As bromélias são as plantas que mais oferecem condições para multiplicação dos mosquitos que transmitem dengue, mas eles podem proliferar também em outras plantas. A receita para evitar riscos:
Use uma solução preparada com 20 gramas de fumo de rolo picado fervido em 1 litro de água. Isso dá um eficiente larvicida. Deve-se derramar uma colher de sopa por semana no centro da bromélia.
Borrife uma solução feita com 2 mililitros de água sanitária por litro de água diariamente sobre qualquer tipo de planta
O que fazer diante dos sintomas?
Procurar um médico ou posto de saúde. Não se tratar por conta própria. Existem remédios, como o ácido acetil-salicílico, que podem piorar os sintomas. Outros levam ao risco de manifestações alérgicas. Diante do diagnóstico de dengue, pedir ao profissional que notifique o caso para as autoridades. Beber bastante líquido.
Não é preciso seguir nenhuma dieta.
Repousar.
O que é dengue hemorrágica?
É a forma mais grave da doença, com sangramentos. Seu maior perigo é a queda acentuada da pressão arterial, que pode levar ao estado de choque. Esse tipo de sintoma será percebido logo nos três primeiros dias, assim que a febre começar a baixar. Também se deve ficar atento a dores no fígado, tonturas, desmaios, suor frio e fezes muito escuras. A dengue hemorrágica pode, em alguns casos, acontecer logo na primeira infecção.
Quantas vezes se pode contrair a doença?
Até quatro vezes, pois existem quatro tipos do vírus. Ao contrair cada um deles, a pessoa fica imune àquele tipo do vírus. A recuperação, porém, é total, sem sequelas, e acontece aproximadamente dez dias depois dos primeiros sintomas.
Para agendar uma visita das agentes em seu domicílio entre em contato com o setor de Zoonoses pelo telefone (34) 3691-7139.